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quinta-feira, maio 19, 2016

Rosto de Cão - S. Roque


Depois desta história e, passados uns dias, já sabia escrever bem o nome da terra.
Era o primeiro domingo depois da Páscoa. 
Dia de regresso a Lisboa.
Último desenho nos Açores com a linha do horizonte bem lá no alto, como quem anseia olhares mais longínquos!

quarta-feira, maio 18, 2016

Miradouro


Lancei-me a desenhar os verdes e ficou um borrão imperceptível.
Que desastre - pensei eu - mas não vou desistir! 
Ao meu lado estava sentado o Matias que, entretido com as canetas, enchia uma dupla página com cores variadas e despreocupadas. Veio entretanto a Luísa e ficou ali a brincar/desenhar com ele enquanto eu fui à procura de outros pontos de vista.

Desenhei a estrutura do miradouro (que parece ter sido antes um moinho de vento) em cima e depois por baixo. Escrevi o nome do miradouro em cima, no espaço em branco que ainda lá estava.

Assim andam as páginas do meu diário gráfico...

terça-feira, maio 17, 2016

segunda-feira, maio 16, 2016

Ponta Delgada


Dou-me conta, vezes sem conta, de que vivemos num tempo muito especial.
Poder desenhar e ensinar desenho é um luxo incomum deste tempo.
Gastar o nosso tempo a observar o que nos rodeia e a registá-lo num caderno é ainda mais especial...


Dizia um monge da idade média: "o silêncio é o mistério do mundo que está para chegar".

domingo, maio 15, 2016

Lagoa do Fogo


Na Lagoa do Fogo, num dia de ventania digna de registo, esforcei-me para entrar na leitura em que Pedro nega Jesus 3 vezes. Como é que nego o meu próprio desenho?


Desci até ao nível zero da Lagoa e fiquei ali mesmo junto à água. Foi uma caminhada e tanto, mas a tranquilidade que se sentia ali nem fazia lembrar o temporal lá de cima.
A percepção da Lagoa é completamente diferente. Enchi o depósito de água do pincel e aguarelei o resto dos meus desenhos nos Açores com água da Lagoa do Fogo!
Entretanto começou a chover e as gotas destiladas da chuva marcaram as manchas de aguarela que tinha acabado de fazer. Fechei o caderno e comecei, rapidamente, a subir a "montanha". Meu Deus, que esforço físico que foi. Descer tinha sido muito mais fácil! Cheguei ofegante e demorei algum tempo a recuperar...

sábado, maio 14, 2016

No topo da Lagoa do Fogo


Depois de ir buscar a Emmanuelle ao aeroporto, como estava um dia lindo, fomos à Lagoa do Fogo. A vista era impressionante lá de cima. Olhei para o lado e via-se quase toda a ilha rodeada pelo oceano Atlântico. Escrevi:

Quando penso no momento em que estas ilhas foram criadas só consigo imaginar o mistério. Vê-se muito bem cada boca do vulcão que ajudou a criar e unificar a ilha de S. Miguel. Vêem-se muito bem as duas cidades principais: Ponta Delgada e Ribeira Grande, o modo como os portugueses foram ocupando a ilha, preservando o interior que ficou com a geografia natural de há milhões de anos.
É um privilégio estar aqui e contemplar esta beleza. É uma benção enorme poder partilhar com outros a minha vida sem segredos. É isso que me tem feito!




(alguma informação sobre este desenho aqui)

sexta-feira, maio 13, 2016

Furnas


Há coisas que não dão para desenhar. Os cheiros são uma delas.
Na Lagoa das Furnas, na ilha de S. Miguel, perguntei à senhora que me vendeu um pão Lêvedo se gostava de viver ali, com o cheio a enxofre, no coração de um vulcão activo...
Deu uma gargalhada e disse (em sotaque açoreano):
Ó senhô, estê muite más segûre aquî do que no mei daquêles maluqes tôdes cume em Bruxêls.
Sorri e disse-lhe: É bem verdade!

quinta-feira, maio 12, 2016

Rabo de Peixe


Ir a S. Miguel e não ouvir falar de Rabo de Peixe é coisa rara.
Estava uma ventania danada, chuva e muito frio. Ainda assim, eu, a Ketta e o Miguel fomos até lá. Estacionámos, demos uma volta, o Miguel comprou um vestido "à marinheira" para a mulher e voltámos para a carrinha. Eu voltei a sair e dei por mim abrigado da chuva à porta da igreja, a desenhar o que podia, colocar aguarela no meio de uma humidade sem fim e ficou assim...

quarta-feira, maio 11, 2016

Alexandra Baptista


O meu amigo  costuma dizer: "o caderno é para estragar".
Cada vez estou com mais vontade de entrar nesta onde dele. Escrevo por cima dos desenhos. Coloco a cor à bruta. Desenho à pressa com canetas mais grossas. Desenho com outra cor por cima de outros desenhos, mas ainda não consegui a pureza que ele consegue...

Neste dia, em pleno Largo da Matriz, em Ponta Delgada, encontrei-me com a Alexandra Baptista dos USk Açores e desafiei-a para um retrato.

É muito bom ver como ela consegue contagiar os alunos com o diário gráfico, sempre com experiências novas, um verdadeiro laboratório plástico, uma inspiração. Este sábado ela vai dar uma formação em Lisboa. É a não perder!
Se conseguir passo lá!

terça-feira, maio 10, 2016

Mãe de Deus em Ponta Delgada


Último exercício do retiro do 1º grupo.
Havia que fazer um balanço e, como nem tudo é desenhável, a escrita apoderou-se do meu caderno.

Fui estacionar a carrinha no alto da mãe de Deus. O Pedro RF foi atrás de mim para estacionar o Opel. Subimos e a vista abriu-se. Para quê descer? 
Enquanto desenhava, o Sr. Vítor Tavares aproximou-se de mim. Meteu conversa e acabou desenhado. Pediu-me para tirar uma fotografia ao desenho, mas o tlm dele não tinha câmara. Foi o Pedro RF que me emprestou o tlm para a fotografia. Enviou-se um sms, mas deu erro. Acho que nunca chegou a receber a fotografia. Nessa altura, o texto ainda não estava lá.
Desci as escadas para trocar com a Ketta. O Matias dormia na carrinha e era a minha vez de ficar com ele. Enquanto dormia, vagueei pelas palavras e fui fazendo o meu balanço. 
Talvez tenha escrito demais, não sei, mas agora ficou assim...

segunda-feira, maio 09, 2016

Gorreana


É difícil apanhar a riqueza cromática dos verdes dos Açores. 
Chegando às plantações de chá da Gorreana, o desafio é ainda maior...

Enquanto desenhava a máquina de secar as folhas de chá, um casal espanhol aproximou-se e estivemos à conversa uns largos minutos. O resumo de tanta palavra trocada seria:
"Esperemos que os turistas não destruam este espírito autêntico que ainda encontramos nos Açores."

sexta-feira, maio 06, 2016

Lagoa do Fogo


Chovia muito
e o vento era exagerado.
O nevoeiro rodeava-nos como que a brincar
e a fazer imperar o seu arrepio na espinha.

Se aspirar às coisas do alto,
É assim tão intempestivo,
Só dá para lá ir espreitar
E guardar o vislumbre.


quinta-feira, maio 05, 2016

Ligar o céu e a terra


Ligar o céu e a terra no mesmo desenho.
Dito assim, e sendo o título de um exercício, o mais óbvio seria desenhar a terra e o céu...
Mas não, o que liga o céu só podem ser as pessoas e não a linha do horizonte...
Entre os vários textos de apoio estava este:

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Álvaro de Campos

Depois de desenhar o Sr. Manuel da Cunha, no mesmo banco, a apanhar Sol, estavam estes homens todos. Foi um fartote de ligações entre o céu e a terra, entre todos os sonhos do mundo... que nada significavam, mas que tudo significavam...

quarta-feira, maio 04, 2016

"Rusto" de Cão - S. Roque


- Aquiê Ruste d'cã - Sã Roque
- Como?
- Ruste d'cã - Sã Roque
- Pensava que era apenas São Roque...
- Nã, Ruste d'cã - Sã Roque.

Escrevi o melhor que consegui do que percebi: Rusto de Cão - S. Roque.
Mais tarde, em conversa com a Alexandra Baptista, percebi que deveria ter escrito "Rosto de Cão - S. Roque"!! Claro, agora faz sentido, mas na altura não conseguia transformar o som ûûû num ó. Esta pronúncia açoreana é difícil...

Parece que havia ali uma rocha no mar que, vista de determinado ângulo, fazia lembrar o rosto de um cão. Entretanto parte da rocha desfez-se e já não lembra o fiel amigo de quatro patas. Ficou o nome...

Nesse dia estive à conversa com o Sr. Manuel da Cunha. Trabalhou 32 anos na marinha mercante. Passava mais tempo no mar do que em terra. Hoje está reformado e não tem saudades do tempo do mar. Veste-se de preto. É uma simpatia e de conversa fácil.

terça-feira, maio 03, 2016

26 de março

Tenho tido a sorte do meu aniversário calhar quase sempre quando estou a viajar.
Também tenho a sorte do meu aniversário ser no mesmo dia dos USk Portugal. Tudo começou em 2009, já lá vão 7 anos e tanta coisa mudou. Basta ver a dinâmica do grupo. Nunca imaginei, quando eu e o Eduardo transformámos o blogue de um workshop nos Urban Sketchers Portugal, que iam ser o que são hoje. Há muitos detalhes que ainda estão ocultos. Horas passadas a fio um com o outro a pensar coisas em grande para o grupo. A organização do Simpósio em 2011 e a mudança agora para outras lideranças. Enfim, um dia, quando for velhinho, lá colocarei tudo em papel...


Este ano, a 26 de março, estava em Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel, Açores.
O tema era o do 3º dia. As diferenças entre o 1º, o 2º e o 3º dias, e como o desenho podia mostrar essas três camadas de entendimento: confusão, maturação, entendimento.


No texto que o P. Nuno Branco nos entregou, estava esta frase: "o 3º dia é mais do que uma data". 
Eu, a pensar no meu aniversário, sentia isto mesmo. A minha vida é mais do que uma data... ou um espaço temporal entre datas...


Dia 26 de março foi o dia da Vigília Pascal. 
Optei por desenhar durante as leituras, que foram 5, e escrever o refrão do Salmo enquanto era cantado. Na Vigília celebra-se a ressurreição. Não é uma vida nova, é mesmo a ressurreição. Tão difícil de entender que só se pode mesmo confiar que a nossa vida está carregada de sentido e que não estamos cá por acaso. Eu acredito nisso mesmo.

segunda-feira, maio 02, 2016

S. Miguel


Não sei bem o que escrever sobre este desenho.
Parte foi feita na lagoa das sete cidades. 
Outra parte foi feita na marina de Ponta Delgada.
Tudo inacabado...

domingo, maio 01, 2016

Via sacra no Livramento, Açores


Na sexta feira santa, aquela mesmo que antecede o domingo de Páscoa, costuma caracterizar-se pela realização de uma via sacra em cada terra que tem uma paróquia.
Nos Açores, durante o retiro e depois de jantar, lá fomos nós para a as ruas da freguesia do Livramento para participar/desenhar a via sacra.

Era escuro e tudo acontecia muito rápido. Os jovens tinham as estações muito bem preparadas e, curiosamente, parava-se em locais perfeitamente banais - entrada de uma garagem, passeio da estrada, janela de uma casa - onde cada família tinha preparado um pequeno nicho sobre o tema de cada estação.

Fui desenhando o mais rápido que podia. Entre caminhadas, músicas, perguntas, olhares, esta foi, provavelmente, uma via sacra de que nunca mais me vou esquecer...

sexta-feira, abril 29, 2016

Retiro dos Açores - o início

Não costumo publicar os desenhos resultantes do retiro de diários gráficos e, quando o faço, escolho sempre apenas um ou dois. Desta vez, contudo, está-me mesmo a apetecer. Não sei se é porque o de Marrocos está aí mesmo à porta, mas a verdade é que não quero que fique tudo guardado na prateleira aqui de casa...



O primeiro exercício é sempre uma apresentação desenhada. O P. Nuno Branco sj, pegou num texto do profeta Isaías em que ele refletia sobre o seu destino e lançava esta pergunta bombástica: "quem meditou no seu destino?", referindo-se a ele próprio.
Fiz na mesma dupla página aquilo que sinto que me caracteriza neste momento: a rapidez de execução e a eficácia na resolução de milhares de tarefas que tenho sempre em mãos, mas também a calma e paciência que dedico a cada coisa que quero fazer sem ter nenhum critério especial, só porque sim. Daí desenhar calmamente uma pedra, procurando o rigor, o detalhe, a análise eficaz, por cima de um tema arquitectónico banal...


Depois peguei no aparo e no frasco de tinta da china para me lançar numa técnica nova, algo que acredito que também me caracteriza: gosto de me aventurar por coisas novas, sem medos nem receios, ainda que isso implique ir para o outro lado do mundo, ou casar com alguém que nasceu lá desse lado! :)


Este exercício terminava com um último desenho acompanhado de uma frase que nos tentasse definir em três características. Escrevi simples, dedicado e aprendiz. Sei que o sou e tinha de o escrever.

domingo, abril 24, 2016

Negações


Este foi um dos desenhos que mais gostei de fazer nos últimos tempos. Toda a história dele (e de outros dois que o antecederam) na pastoral da cultura.